SEXTOU

No compasso da vida, um grito, um clamor,

Sextou, reflete, a festa merecida depois do labor.

Por que, entre risos, se esconde o valor

De um lar, da família, do simples amor?

Onde está o trabalhador, o homem de bem?

Que ao fim da jornada, deseja o amém.

Com mãos calejadas, na lida do dia,

Busca a paz do lar, da vida sadia.

A pia que vaza, um cano quebrado,

É o símbolo puro de um mundo cansado.

A esposa que espera, em seu afazer,

É a força que move, o amor a florescer.

E os filhos, inocentes, a sonhar no chão,

Pedalam no tempo, com risos, razão.

Por que, então, a gandaia a seduzir?

Quando o amor é profundo, é dele que é o sentir.

Na casa da sogra, um aconchego real,

Um almoço partilhado, um momento ideal.

Trabalhar na morada, sair do aluguel,

É um passo de honra, um sonho de céu.

Namorar à luz da tela, um ato banal,

Mas o calor do toque é o amor essencial.

Assistir ao silêncio de um filme sutil,

É um laço que une, é um amor febril.

Churrasco e dominó, tradições que persistem,

Na roda da vida, os laços existem.

Mas o homem agora, será raparigueiro?

E a mulher, na labuta, um ser ligeiro?

Quebrar estereótipos, buscar a verdade,

Na essência do ser, fazer a bondade.

Sextou, sim, mas com um olhar mais profundo,

Que o amor e a família sejam sempre o mundo.