PRETENSÕES
Quero voltar com o mesmo vazio das mãos
quando aqui cheguei, sem pretensões.
Quero na bagagem apenas o que mereço,
o que me faz bem, o que valeu a pena.
Quero minha alma repleta do que deixei,
marcas ingênuas do que tanto causei.
Um corpo completo de sorrisos no peito,
marcas inocentes nos gestos, sem querer.
Os olhos, flores de ipê na estação primavera,
caminho reto, livre de pedras e espinhos,
cidades nuas, luzes da rua, fogos de artifício.
Pele limpa, cheirando a talco de bebê.