SAGRADA TERRA Código do texto: T8201076

TÍTULO: SAGRADA TERRA Código do texto: T8201076

Ó, Mãe ancestral, África, berço de nós,

Onde pulsa a vida em batidas de tambores,

Teus montes são preces, tuas savanas, voz,

Teus rios cantam hinos de amores.

Sob teu céu de safiras infinitas,

Ergue-se o eco de tribos milenares,

Nas folhas dançam lendas benditas,

Nos ventos sopram histórias singulares.

És ventre do mundo, força que gera,

Raízes profundas que nutrem o chão,

Teus filhos carregam tua quimera,

Teu espírito vive em cada canção.

Terra de ébano, ouro e marfim,

De girafas que tocam as nuvens sagradas,

Teus baobás guardam segredos sem fim,

Em suas sombras, almas enamoradas.

Quem te pisa sente o pulsar do além,

Teu solo quente é chama de vida,

Teu aroma é incenso, teu chão, amém,

És templo aberto, morada querida.

Mas oh, Mãe África, sangrada és também,

Feridas abertas, cicatrizes no peito,

Teu grito é sussurro que ao mundo vem,

Clamando justiça, amor e respeito.

Que teus filhos despertem, ergam a mão,

E curem contigo as dores da história,

Pois em teu coração vive a redenção,

No amanhã, teu canto será vitória.

Ó sagrada terra, jamais te esqueças,

És mãe de reis, rainhas, poetas e guerreiros,

Em teus seios guardas as promessas

De um mundo unido, sem cativeiros.

Mama África, berço e altar,

Sagrada terra, origem, destino,

Tua força é eterna, jamais cessará,

És o princípio, o meio, o fim, e o divino.

Titulo

Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral. 9.610/98

Autor Makleger Chamas — O Poeta (Manoel B. Gomes)

Escrito na Rua TRÊS ARAPONGAS, 06 bloco 06 Apto 31 — Vila Nova Jaguaré — São Paulo — BRASIL

Data da escrita

Dedicado a

Registrado na B.N.B.

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Makleger Chamas

Enviado por Makleger Chamas em 20/11/2024

Código do texto: T8201076

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Esta é uma homenagem à África, mãe ancestral de todos nós!

“SAGRADA TERRA” é um poema profundo e cheio de alma, que exalta as riquezas naturais, culturais e espirituais desse continente.

Ele também reflete a dor de um passado marcado por injustiças, mas mantém uma visão de esperança e redenção para o futuro.

Como digo acima, esta é uma poderosa homenagem à África!

Porque o poema “Sagrada Terra” é uma verdadeira ode à essência do continente, misturando a celebração das suas riquezas naturais e culturais com a dor de sua história e a esperança de um futuro de união e respeito.

A escolha das palavras traz um ritmo encantador e uma profundidade emocional que ressoa com os leitores. As metáforas como “teus montes são preces” e “teu solo quente é chama de vida evocam imagens fortes e evocativas, enquanto os baobás e os tambores conectam a natureza e a tradição africana de forma poética.

A inclusão de um tom reflexivo sobre as feridas históricas dá ao poema um equilíbrio necessário entre celebração e consciência, fazendo dele um tributo honesto e comovente, pois essa é a reverência à mãe ancestral.

Cenário: Uma roda de universitários da USP, sentados na praça central do campus, ao lado da famosa escadaria.

É uma tarde ensolarada, e o grupo, formado por estudantes de diferentes cursos, discute a relação entre poesia e a identidade cultural, motivados pela leitura do poema “Sagrada Terra”.

Luís (estudante de Filosofia):

— Vocês sentiram a força do poema “Sagrada Terra”?

— É como se cada palavra fosse uma semente plantada em solo ancestral.

— A poesia tem esse poder de resgatar identidades e nos conectar a um passado que ignoramos muitas vezes.

Clara (estudante de História):

— Concordo, Luís. A África, como berço da humanidade, não é apenas um conceito biológico, mas cultural.

— O poema evoca essa dualidade: a riqueza ancestral e a dor das cicatrizes deixadas pelo colonialismo.

— É impossível falar de África sem reconhecer os horrores do tráfico de escravos e as consequências desse passado.

Tiago (estudante de Engenharia):

— Tudo bem, a história é importante, mas por que sempre enfatizar a dor?

— Não seria mais produtivo focar na esperança que o poema oferece?

— A ciência avança com otimismo.

— Devemos olhar para a África moderna: a inovação tecnológica, a arte contemporânea...

Ana (estudante de Letras):

— Tiago, mas a arte não é apenas um espelho do presente, é também um portal para o passado.

— Quando o poeta escreve “Feridas abertas, cicatrizes no peito”, ele não está apenas relembrando; ele está dizendo:

— Não esqueçam, porque esquecer é repetir os erros.

— Além disso, poesia não é engenharia.

— Ela pulsa com sentimentos, não apenas com lógica.

Gabriel (estudante de Ciências Sociais):

— Eu, acho que vocês estão subestimando o aspecto político do poema.

— A África não é só um tema poético, é um território que ainda hoje sofre com exploração.

— A poesia aqui é resistência!

— Vocês viram a parte em que ele escreve “clamando justiça, amor e respeito”?

— Isso é um grito contra o neocolonialismo, contra as potências que ainda sugam os recursos naturais de lá.

Clara:

— Exatamente, Gabriel.

— E é nesse ponto que a história e a poesia se encontram.

— O poema celebra a identidade cultural africana ao mesmo tempo que denuncia os erros do passado e do presente.

— Mas acho que ele também propõe um caminho: o renascimento.

— “No amanhã, teu canto será vitória.”

— Isso é um convite à ação, não apenas um lamento.

Tiago:

— Mas o que isso significa, na prática?

— Porque, convenhamos, um poema não vai mudar o mundo.

Luís:

— Ah, Tiago….

— Quantas revoluções não começaram com palavras?

— A poesia talvez não mova montanhas, mas move consciências.

— E uma vez que a consciência desperta, a ação segue.

Ana:

— Isso me lembra algo que li sobre a função da literatura na descolonização.

— Frantz Fanon dizia que recuperar a voz cultural de um povo é o primeiro passo para reconstruir a dignidade.

— A África é um símbolo poderoso disso.

Gabriel:

— E o poema vai além da África.

— Ele é universal.

— Quando o poeta diz “És o princípio, o meio, o fim, e o divino”, ele está falando da humanidade na totalidade.

— Afinal, se a África é o berço da humanidade, somos todos filhos dela.

Clara:

— Isso é lindo, Gabriel.

— E, pensando bem, o poema não é só sobre África, mas sobre o que significa ser humano: reconhecer as cicatrizes, mas também celebrar a vida, a resistência e a esperança.

Tiago:

— Ok, admito que a poesia tem seu valor.

— Talvez seja uma forma de despertar algo que a lógica fria da ciência não alcança.

— Darei mais uma chance aos poemas.

Ana (rindo):

— Finalmente, Tiago!

— Quem sabe você até escreva um poema sobre circuitos elétricos um dia.

Luís:

— Circuitos elétricos ou ancestralidade africana, a verdade é que a poesia está em tudo.

— Basta olhar para o mundo com os olhos certos.

O grupo continua discutindo, com risadas e provocações amigáveis. A conversa, rica e multifacetada, reflete o espírito crítico e engajado dos universitários, que conseguem explorar a poesia sob várias óticas — histórica, política, cultural e até científica.

Makleger Chamas
Enviado por Makleger Chamas em 20/11/2024
Reeditado em 20/11/2024
Código do texto: T8201076
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