553 - Lamento e Renascimento
Lamento e Renascimento
Ontem chorou, em pranto, a saudade,
Do muito que outrora nele encontrou.
Tão breve, no tempo, perdeu-se a verdade,
E, por amor, em silêncio aceitou.
Bastava-lhe a presença fugaz,
Apagou-se em sonhos de renovação.
Mas viu, ao fim, o momento audaz
Que o deixou em retalhos no chão.
Sem anuência do peito dorido,
O golpe do fim veio-lhe despertar.
Adormeceu na espera, perdido,
Ansiando o toque que não pôde chegar.
Agora, entende que o fim foi virtude,
Ainda que o coração não queira ceder.
Há no renascer uma nova plenitude,
Que, na morte do ontem, lhe pôde viver.
Neide Rodrigues, 17 de novembro de 2024.