Sem nome
Tornei-me um (f)útil androide,
Para dar conta de tantas contas
E da incalculável palpável papelada.
Girando, (re)fazendo… [ – Gerúndios, em frente!]
Tornei-me um burocrata insensível!
Não há mais espaço para a poesia;
Nem para qualquer arte que não faça parte
Do programa pelo líder instituído.
Sentimentos só me fazem errar,
Pois não se encaixam nos dados
Das minhas planilhas…
E me desfocam do meu fim.
Preciso ser profissional,
Acima de tudo,
Acima de todos,
Sem espaço para o ocasional.
Preciso cumprir!
Compromissos que (não) assumi.