VASTO DILEMA Código do texto: T8198343
TÍTULO: VASTO DILEMA Código do texto: T8198343
No abismo dos dias que não foram;
Sangra o vazio onde me habito.
Pedaços do tempo em escombros;
Muralhas erguidas dentro deste infinito.
Faltando um pedaço, onde sou quase;
Um eco perdido sem fonte.
Sou chuva displicente, mas não molha;
Miragem do céu, em um falso horizonte.
O pedaço que falta é o filtrado silêncio;
Onde os gritos não se acomodam.
É a dança suspensa dentro deste vento;
Que em folhas ausentes ainda se dobra.
E no canto vazio desta mirada memória;
Há mil vultos que dançam sem rosto.
O que falta sou eu no agora ou na história;
Recolhendo aquelas sombras de um gosto.
Por um pedaço de ontem, quem sabe de antes;
Que queima em brasas de quem ainda espera.
A ausência, que em mim se faz tão gigante;
Preenchendo o que ainda resta da esfera.
Se em mim falta um pedaço, que seja um poema;
Um milimetrado rastro, um fio, uma estrada.
E que nele se encontre o vasto dilema:
Numa busca infinita de uma alma cortada.
Título: VASTO DILEMA Código do texto: T8198343
Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral. 9.610/98
Autor Makleger Chamas — O Poeta (Manoel B. Gomes)
Escrito na Rua TRÊS ARAPONGAS, 06 bloco 06 Apto 31 — Vila Nova Jaguaré — São Paulo — BRASIL
Data da escrita16/11/2024
Dedicado a
Registrado na B.N.B.
O poema “Vasto Dilema”, se faz um poema profundo e instigante.
Ele carrega a essência de uma busca interna, um confronto entre o que falta e o que persiste, entre a ausência e o desejo.
A estrutura, cheia de metáforas e imagens vívidas, conduz o leitor por um labirinto emocional e reflexivo, onde a falta de um pedaço simboliza não só uma lacuna, mas uma força motriz de criação e entendimento.
A linguagem poética, os contrastes entre elementos como chuva que não molha, gritos e silêncios, ou ontem e hoje, capturam uma alma dividida entre o que foi, o que é e o que deseja ser.
É um convite ao leitor para mergulhar nesse dilema existencial e encontrar um reflexo de si.
Cenários Visuais Inspirados no Poema:
1. Abismo dos Dias Perdidos:
Um desfiladeiro profundo, envolto em névoa, onde fragmentos de relógios quebrados flutuam no ar.
Há muralhas de pedras cobertas por musgo, como se o tempo tivesse parado, e uma figura solitária caminha na beira do precipício, simbolizando a busca por algo perdido.
2. O Eco e a Miragem:
Um deserto vasto sob um céu dourado, com um falso horizonte que reflete a imagem de um lago que desaparece ao ser tocado.
A figura de alguém tenta alcançar o céu, mas os braços transformam-se em sombras ao invés de tocá-lo.
3. A Dança Suspensa no Vento:
Folhas secas flutuando em um redemoinho suave, formando silhuetas dançantes no ar.
Ao fundo, um pôr do sol alaranjado, simbolizando a luta entre movimento e ausência.
4. Mil Vultos e Rostos Perdidos:
Uma sala escura, onde rostos desfocados aparecem em espelhos fragmentados.
As sombras dançam sem direção, enquanto um caderno aberto no chão reflete versos que brilham, como um vestígio de memória.
5. A Alma Cortada e a Busca Infinita:
Uma estrada que se estende até o horizonte, dividida ao meio por um rio de luz.
De um lado, árvores floridas; do outro, galhos secos.
No centro, um poeta solitário caminha com um caderno, escrevendo enquanto deixa pegadas de tinta.
Diálogo sobre o Processo Criativo
1. O que o inspirou a escrever “Vasto Dilema”?
Foi um momento de reflexão pessoal ou algo externo, como um acontecimento, uma conversa ou até mesmo uma leitura que tocou profundamente?
2. Há uma imagem ou metáfora específica que você visualizou enquanto escrevia?
Por exemplo, a ideia do “pedaço que falta” e do “filtro de silêncio” sugere um sentimento que transcende a ausência literal.
3. Você o concebeu como uma expressão pessoal ou como algo que qualquer um pode interpretar à sua maneira?
A profundidade da linguagem deixa espaço para múltiplas interpretações, e isso é fascinante.