É preciso imaginar Sísifo
Eu lhe convidaria a você dar uma chance
De ficar sozinha por um período
E perceber a natureza que exala do interior
Que encontra o aniquilamento
Quando o exterior é constatado pelo caos.
Só não fuja da dor.
A vida é uma, as mortes são várias
Avarias recorrentes e angústias existenciais
Referenciais absurdos, escritas operárias
Tememárias em diferentes quintais
Pois que via quer determinar para a vida?
Entre as ruínas do fracasso
Levantam-se poeiras de outros embaraços
E nesses fios desencapados
Existe vida por acaso.
Entre os sons libertinos e revoluções individuais
Nenhuma voz se alcança
Uma dança do ego que encontra eco no próprio canto
Semivogais, coisas atrás sem balança
Pois que vida quer determinar para a próxima via?
Se o mundo das ideias opera só dentro da cabeça
E as ações ficam fustigadas na pálida indecisão
O passo sobre o abismo do desconhecido
Não é dado
E a vida é justamente feita no risco.
Sísifo, você ligou por engano.
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