Chegar lá
Comovo-me por pouco e por muito
Tudo me afeta. Sim, me iludo
Do qualquer coisa ao extraordinário
Tudo me é vário, trágico, árido
Meu espírito se ressente
de viver neste presente
Em que a alheia dor premente
Ninguém pressente
Dinheiro é o novo deus
Integridade disse adeus
Os valores de caráter são relativos
Honestidade tem que ter motivos
Vive-se em estado de competição
Não existe compaixão
Cada um que entre em ação
Para vencer na vida padrão
Mas, não há medalha
Nem linha de chegada
Só há a Existência
Para ser vivida com urgência
Pois, as Parcas são omnipresentes
E o destino, iminente
É a certeza que sempre surpreende
Os atentos e os indiferentes
Não se sujeitam, as Fiandeiras
A status, fortuna ou carreiras
Quando decidem o fio cortar
Cortam para todos, sem diferenciar
E num piscar de olhos, tudo acaba
É delas a última jogada
Aonde você queria chegar?
Rei e peão, na mesma caixa, vão parar