CLEMÊNCIA

E pairou sobre a terra uma noite fria

Ante os olhos pregados no oratório

Gritando gritos de agonia

De quem se redimia de seus pecados no purgatório.

Sobre a terra desceu uma pandemia

Justo nos tempos escassos de amor

Retirando do mundo toda alegria

E deixando em seu lugar só aflição e dor.

Mas se a peste que se abateu sobre o humano

Veio para purificar

Por certo viveu o seu engano

De não conseguir realizar.

O que se viu foi a exploração

Que se alastrou sobre a comoção

A pretexto da negação

Para então justificar

Toda a intenção

De praticar a ação

Para ao outro explorar.

Sobrou e faltou solidariedade

No comportamento humano que em nada mudou

O que se viu de verdade

Foi o bem e o mal que se revelou.

Quem era acostumado na luz

Tomou a sua cruz

E saiu espalhando amor

Mas para quem vivia na treva

Perdido na escuridão

Saiu a espelhar a erva

Que aumentava a aflição.

O tempo parecia apocalíptico

A saúde virou um problema político

Para confundir e enganar

Mas não tem nada não

Vai passar essa assombração

E a gente volta a se encontrar.

Juvi Passos
Enviado por Juvi Passos em 12/11/2024
Código do texto: T8195592
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