Estrada de barro

Estás teus cavaleiros, aonde estão?

Aquele chinelo de couro, molhado

O barro o arrebentou, o antigo chinelo

Era o litro de água que lavara os pés

Pés que pisará em barro molhado, terra

Doce terra, quem te fizeram armaduras

Doce terra do leite, da cana e café

Terra de mato que agarra nas roupas?

Bota de veio solado que me faz companhia!

Sou do tempo da charrete, da poeira em barro

Do meu calçado simples e roupa também

Simplicidade do luxo me chamo roça

Não largo essa vida por muito vintém

Quem te dizer que quero luxo

Digo que sou matuto, vida de mato sou

O pouco com Deus faz muito, é terra que planta esperança

Da planta o alimento sou trabalho

Do amor sou canto...

Juliana Netto
Enviado por Juliana Netto em 12/11/2024
Código do texto: T8195158
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.