Estrada de barro
Estás teus cavaleiros, aonde estão?
Aquele chinelo de couro, molhado
O barro o arrebentou, o antigo chinelo
Era o litro de água que lavara os pés
Pés que pisará em barro molhado, terra
Doce terra, quem te fizeram armaduras
Doce terra do leite, da cana e café
Terra de mato que agarra nas roupas?
Bota de veio solado que me faz companhia!
Sou do tempo da charrete, da poeira em barro
Do meu calçado simples e roupa também
Simplicidade do luxo me chamo roça
Não largo essa vida por muito vintém
Quem te dizer que quero luxo
Digo que sou matuto, vida de mato sou
O pouco com Deus faz muito, é terra que planta esperança
Da planta o alimento sou trabalho
Do amor sou canto...