O VAZIO DA ALMA
Hoje olhei dentro de mim,
E nada encontrei,
Nem raiva, nem aflição,
Nada além do vazio a pesar.
Um silêncio profundo,
Apenas o desejo de seguir,
Nas palavras que fluem,
Sem vontade de resistir.
Mas, para não mentir,
Senti o calor,
Quis mergulhar na água,
Lavar o temor,
Deixar para trás o passado,
As sombras e o pranto,
Que o vazio se apague,
Com o frescor do encanto.
Olhar a dor alheia é fácil,
Mas em mim, o vazio é imenso.
A minha se esconde, sem rastro,
No fundo, onde o silêncio é denso.
O nada me cobre, me cala,
E o mundo lá fora responde.
Mas ao me olhar, só vejo a falha,
E o silêncio que em mim se esconde.
E assim sigo, sem rumo certo,
Com o vazio a me guiar,
Mas no fundo, ainda desperto,
A esperança a se renovar.