O amanhã
O amanhã está sempre vindo, mas nunca chega.
É silente e apático às nossas expectações e anseios:
e nesse silente, escutamos o grito da alma;
e nesse silente, é possível conhecer a nós mesmo;
e nesse silente, entendemos nossos medos,
nossos temores, nossas próprias falas confessas...
E as inconfessas dores da vida?, fruímos o dom de atinar?
O amanhã esposado em nosso existir, é infactível,
quimérico, umbrático, utópico, fantástico...,
ou, na melhor das hipóteses, ilusório e aparente.
Degustar o amanhã, com ideações
é tratar a vida tal como ela é:
a vida é tudo e qualquer coisa.
De repente você está em uma bolha e começa a levitar.
Se acha protegido por essa pretensa bolha...,
e como um trapezista que manda tirar a rede
achando que pode voar...,
e se joga no ar..., para voar...,
se estabaca no chão!
Assim é a vida, se apostar demais no amanhã.