Contexto
Manter o equilíbrio mental e emocional na sociedade atual é um desafio que não estamos conseguindo vencer. O ser humano vem cometendo erros tão precisos que dá a impressão de ser um projeto de um ente sobrenatural maligno, com o intuito de aniquilar a existência. Todos os dias, infalivelmente, recebemos notícias de guerras insensatas, riquezas desproporcionais e pobrezas inverossímeis.
O que motiva o homem, depois que saiu das cavernas? Qual o sentido de um ente que, para alcançar um objetivo, destrói qualquer possibilidade de desfrutá-lo?
A falta de reflexão, hoje tomada como devaneio, coloca o ser humano na condição de uma máquina desgovernada. Desenvolver atividades completamente desconexas de seu interesse, conviver em ambientes severamente hostis e ter um cotidiano obscuro e desiludido faz com que o homem se abandone a uma vida autômata, desprovida de sentido.
A ausência de identidade entre sujeito e objeto cria uma distensão que arruína a realização do ser como indivíduo. Encolhido em sua acepção material, reprime perigosamente a coirmã etérea, onde habita todo anseio humano. Dividido, o ser humano é reduzido e compulsado a uma atividade de títeres, desprovido de sua capacidade de criação e vida plena.
A loucura é a resposta à insensatez de um homem que não assume a responsabilidade por sua própria administração. No sofrimento se ministra o desvario, onde se alheia da realidade.