Pusilânime
Presos em contratos pela instância
de ter nascido em meio social,
Vendemo-nos ainda em tempo de criança:
a vida torna-se frugal.
É sonho em tempo de chuva;
Nos arrastamos ao chão sem olhar ao teto.
Dança-se ao que se interpõe, não ao que se ouve
Autômato de carne, duro boneco.
A consciência pesa as horas, pois viste
Não te preocupas com o que não percebes.
Mas se percebes, é por que sentiste,
E a vida não devolve o que recebe.
O milagre vira rotina, e bondade é ser cordial,
cansando nossas retinas nesse cristal digital.
O tormento de estar preso ao corpo, faz odiar o corpo,
não o tormento.
E o que sobra no peito, além do sonho morto, pulsante
é lamento.