PERCEPÇÃO
Não estou a sós, mas estou sozinho.
Agora mesmo, sozinho,
na companhia de tantos outros, sozinhos.
Solidão do espaço em zig-zag,
fugindo do atropelo das luzes vorazes,
iluminando o lixo de metal.
Brejo morto, desertificado!
Sem eco de melodias no canavial.
Calçamento desorganizado nas trincas tectônicas,
revolta das águas, tempestades e vendavais.
Paz da alma, conscientes das boas ações,
modernidade num museu de raridades.
Não! Em nenhum momento estive a sós.
Juro que nunca percebi!