PERCEPÇÃO

Não estou a sós, mas estou sozinho.

Agora mesmo, sozinho,

na companhia de tantos outros, sozinhos.

Solidão do espaço em zig-zag,

fugindo do atropelo das luzes vorazes,

iluminando o lixo de metal.

Brejo morto, desertificado!

Sem eco de melodias no canavial.

Calçamento desorganizado nas trincas tectônicas,

revolta das águas, tempestades e vendavais.

Paz da alma, conscientes das boas ações,

modernidade num museu de raridades.

Não! Em nenhum momento estive a sós.

Juro que nunca percebi!

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 03/11/2024
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