DIA DA SAUDADE
Hoje, os ventos sopram suaves,
como ecos de vozes que não mais ouvimos,
mas que, em silêncios retumbantes,
ressoam em nossas almas.
Nas paredes do tempo, retratos emolduram momentos,
sorrisos que nunca se apagam,
mãos entrelaçadas que, mesmo ausentes,
ainda nos amparam em lembranças.
Canções tocam acordes antigos,
notas que dançam no ar,
despertando memórias de abraços,
de risos que preenchiam vazios,
agora latentes, palpitando na saudade,
um sentir que nunca adormece.
Ah, como dói essa saudade,
latejando no peito, incessante,
como se cada batida do coração
chamasse de volta o que já partiu.
Mas ali estão eles,
nas canções que nunca cessam,
nos gestos que repetimos,
nas palavras que aprendemos
e nas referências que moldam quem somos.
Hoje, é o dia dos que vivem na ausência,
que atravessam o véu da matéria,
e nos visitam em sonhos,
em suspiros de nostalgia,
em cada gota de memória que volta.
Eles não se foram por completo,
estão nas estrelas que espiam à noite,
nas flores que brotam teimosas,
na poesia que nasce dessa dor,
dessa saudade infinita
que nos faz sentir vivos,
honrando cada instante,
cada rastro de amor deixado.