Estranha figura

A rua não estava deserta.

Era dia de muito sol.

No meio de tanta gente, alguém se destacava.

Da janela de seu quarto, Alaíde observava aquela senhora.

Passos lentos deixavam o chão salpicado de mágoas.

Braços estendidos ao longo do corpo lembravam nódoas.

Cabeça erguida no ar ostentava cabelos tristemente opacos.

Nas mãos agarrava sacolas corrompidas de sentimentos fracos.

Seu semblante transportava oceanos de amargura.

O rosto enrugado não possuía loucura.

Transmitia silêncio e prosseguia seu caminho.

Quem seria?

Absorta e muda, Alaíde a analisava.

Horas se passaram.

Os ponteiros do relógio da sala avisaram que a tarde se findara.

Vagarosamente, Alaíde se retirou do quarto.

Ao entrar na sala avistou no espelho a estranha figura.

Chorou

Alexandre Sansone

02.11.2024.

Alexandre Sansone
Enviado por Alexandre Sansone em 02/11/2024
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