MEMÓRIAS

O dia passa

suave e não tão

apressadamente.

Nele já coube

o acordar mais tarde,

o supermercado,

o arrumar as coisas

na dispensa,

um bate papo

on-line transmar

e a conversa

em família.

Agora,

pela janela

entreaberta,

vejo o azul

do céu

ao entardecer.

O vento

que balança

a cortina

me avisa

que finda

mais um dia

de finados.

Os amigos

e a ancestralidade

ausentes me invadem

ao anoitecer.

A memória é um gesto

de imortalidade.

O dia

foi leve e lindo…

todos couberam

em mim

e no estado

excepcional

da poesia.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 02/11/2024
Código do texto: T8187855
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