Fui visitada

Na normose do meu dia

A melancolia chegou como visita

Ainda agora alegre eu me sentia

Conversava, sorria...

Ela chegou no curto silêncio após o riso

Quase a me perguntar se para rir há mesmo um motivo

Num instante me colocou diante do obscuro do mundo...

Me tomou, invadiu, o meu eu mais profundo...

Ao adentrar à sala do meu estar mandou ao porão a esperança com gentil delicadeza

A vejo no sofá se sentar, trouxe consigo sua amiga: a tristeza

Diante dela um abismo se abre em mim

vejo todas as dores do mundo o sofrimento sem fim...

Não a convidei, não abri a porta

Ela chegou por vielas tortas

Sem que eu saiba ao certo de onde surge

apenas urge...

Suspiro saudosa do riso que se foi,

levou a despretensiosa alegria

Chegou em mim a tristeza,

trazida pela melancolia...

Quando ela chega sei que o tempo da sua estadia varia com a minha capacidade

de dar a ela um sentido, torná-la em mim uma verdade...

Ela só partirá, eu sei, depois de cumprir o seu papel

Vem descortinar em mim um véu

Me fazer sentir uma enorme saudade de mim...

Do amor que sou e não expresso

Do amor que sou e não o liberto

Olho de frente para a tristeza

Pasma, vejo tanta beleza ...

O que faço agora,

com a visita da tristeza e melancolia?

Por hora,

poesia.

Tatiana Maíta
Enviado por Tatiana Maíta em 31/10/2024
Reeditado em 04/11/2024
Código do texto: T8186544
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