O homem destruiu o mundo
A mão do homem rasga o chão,
tritura montanhas e rios,
enquanto o concreto sobe,
oculta as veias da terra.
No ar pairam cinzas,
resquícios de árvores antigas,
o vento, que antes cantava,
agora traz a poeira amarga.
As águas antes cristalinas
carregam agora o peso do óleo,
refletem a face do descaso
e se tornam um espelho de lamento.
O silêncio dos pássaros ecoa,
suas asas se tornaram distantes,
deixando-nos apenas o vazio
de um céu sem cores.
O solo respira um veneno amargo,
absorvendo o rastro humano,
em raízes envenenadas
que já não sustentam a vida.
O mar engole plásticos,
se afoga em destroços de promessas,
onde outrora houve peixes e corais,
restam pedaços de esquecimento.
E o homem, em sua cegueira,
continua a avançar sem ouvir
os gritos abafados da terra,
testemunha de sua própria queda.