O homem destruiu o mundo

A mão do homem rasga o chão,

tritura montanhas e rios,

enquanto o concreto sobe,

oculta as veias da terra.

No ar pairam cinzas,

resquícios de árvores antigas,

o vento, que antes cantava,

agora traz a poeira amarga.

As águas antes cristalinas

carregam agora o peso do óleo,

refletem a face do descaso

e se tornam um espelho de lamento.

O silêncio dos pássaros ecoa,

suas asas se tornaram distantes,

deixando-nos apenas o vazio

de um céu sem cores.

O solo respira um veneno amargo,

absorvendo o rastro humano,

em raízes envenenadas

que já não sustentam a vida.

O mar engole plásticos,

se afoga em destroços de promessas,

onde outrora houve peixes e corais,

restam pedaços de esquecimento.

E o homem, em sua cegueira,

continua a avançar sem ouvir

os gritos abafados da terra,

testemunha de sua própria queda.

João Paulo Leal
Enviado por João Paulo Leal em 30/10/2024
Código do texto: T8185748
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