Tateando ilusões
Nunca estivemos tão cegos como agora,
Dependentes de uma tela retangular,
Com os neurônios desconectados,
Em redes sociais totalmente individualistas,
Presos à crenças banais e escravizadoras,
Tristezas da Caverna de Platão,
Lutando contra a própria sombra,
Perseguindo monstros que somos nós,
Do ensaio sobre a cegueira de Saramago,
Não aprendemos nada como humanidade,
Mentes fechadas, narcisistas, adoecidas,
Vivemos em uma escuridão autoinduzida,
Mesmo à luz do dia tateamos ilusões,
Os óculos de grau perdidos em inverdades,
Tantos em um, findam seus inícios,
Não exergamos um palmo diante dos olhos,
Não há consciência, não há visão,
O amor não é a resposta,
É uma mentira bem construída,
O amor não encontrará o caminho,
É um conto de fadas de mau gosto,
É apenas mais um enredo de ficção,
Uma novela encenada para validação
Não há futuro além do presente,
Somos replicantes de um devir inexistente,
Pois não há perdão para escolhas nefastas...