Tenho medo
quero ser poeta
amar as palavras
e receber amor de volta
quero que as linhas sigam
envelhecidas marcas de meu rosto
Gosto não se discute
será?
eu pouco sei da vida
e nada entendo do agora
apenas me dou ao luxo
escrever algo que nunca vi
nunca senti o que dizem amor
provavelmente, dentre meus contáveis
entre semelhantes há muitos sons
que ignorei, ouviram o silêncio
como um grito sem tom
Tenho medo
e como não teria?
Olho para o lado e nada me alcança
Apenas o som do relógio, "Olha a vida"
ela passa e não volta
via finita.