TODAS AS MANHÃS DE DEZEMBRO
Meus sonhos não carecem de fechar os olhos
para no sono acontecerem.
Tudo é tão real!
Mesmo que a chuva do egoísmo humano
apague de vez vestígios do desejo,
o sol a pino e o frio da madrugada
são instantes do pensamento.
São guerreiros armados com flores,
visionários no deserto, sob um céu
de nuvens negras e vendavais.
Tudo aflora, agoniza e regozija,
sobrevivente de olhos verdejantes
na sequidão da terra de pouco cio.
Procuro controlar o pulso natural
dos sonhos no meu coração. Dar um tempo.
Mas como posso, se ao pedir trégua,
já estou sonhando.
Anos a fio!