Barafunda

Você olha para o tempo,

o tempo olha de volta pra você,

em uma conversa sem pé nem cabeça:

com olhares entrecruzados...,

com silêncios entrecortados...,

com pensamentos conflitantes...,

e a gente vai ficando para trás!

Esperando, esperando, esperando...,

e vem outro sol e nesse sol um quente mais;

e vem a lua, que empresta a luz

e dá um alivioso pesar..., apesar de fria,

apesar de falsa no seu tentame de brilhar...,

e a gente esperando sabe-se lá o que,

sabe-se lá quem...,

que a qualquer momento vem...,

e a gente mais esperando, esperando...,

esperando outro sol – que pode ser mais quente,

esperando outra lua – que pode ser só fiapo no céu,

esperando o que se pode esperar...,

mas o que se tem de certo é a morte,

que vem sorrateira e firme.

Penseiro e espargido em quereres,

pertinaz e de muito capcioso;

demente aos desvarios do tempo;

temente às trabuzanas que o tempo tem;

obedecente aos princípios e preceitos

que o tempo nos enfia guela abaixo!

“Não era pra admitir que a culpa não é de quem era pra ser!”