Fragmentos do meu Eu que nem Eu conheço

Fragmentos do meu Eu que nem Eu conheço.

Sou tudo o que ignoro, como o vento que passa e se parte

Em outros ventos, a soprar. Sou a sombra que me assombra,

E de tanto andar sozinho, chego a mim sem saber voltar.

O que me fere é o meu próprio pulsar, o bater de um coração

Que não me pertence. Sou poeta da ausência e do nada,

Silêncio a sussurrar saudade de tudo aquilo que nunca existiu.

Meus sonhos são paisagens desertas, onde, caminhando

Não sou quem sou. Há um abismo entre mim e o que penso.

Quem sou eu? Pergunta vã.

O que faço? Outra ilusão. Não há verdade em meus versos

Apenas, o eco de uma interrogação.

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 25/10/2024
Reeditado em 25/10/2024
Código do texto: T8181819
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