Labirinto de Mim
Dentro de mim,
há um labirinto sem fim,
uma teia de ausências,
lugares vazios,
sem mapas ou sinais.
Sigo por caminhos que se desfazem,
em busca de algo,
mas não sei o quê.
Vou tateando paredes frias e vazias,
em busca de mim mesma,
E só encontro silêncio e ais.
Há portas que abro,
mas encontro escuridão,
Salas silenciosas
onde apenas ecos residem.
Cada passo parece levar-me mais longe,
mais fundo em um vazio sem sentido, sem fim.
Procuro por memórias que possam me guiar,
momentos que definam quem sou, o que amar.
Mas o que encontro são imagens distantes,
fragmentos dispersos,
sentidos errantes.
As perguntas ecoam,
mas as respostas se escondem,
quem sou eu, que ando sem direção?
Cada curva revela uma sombra desconhecida,
com pedaços de mim que não formam uma visão.
Olho para dentro como quem busca abrigo,
mas o reflexo que vejo é um estranho perdido.
Uma face sem nome,
um rastro sem cor,
uma alma vazia,
sem rumo, sem sabor.
E se eu mesma sou o próprio labirinto?
Uma construção frágil, de medos e erros?
Quem sou eu, senão um som disperso,
em busca de algo que já não lembro?
É um paradoxo, essa busca por mim,
perseguir-me e nunca me alcançar.
E se o que falta em mim nunca foi real?
Eu me perco, e talvez, perder-se seja o próprio lar.