Ser paradoxal
Me olho,
e por vezes não me reconheço,
me sinto estranho, diferente,
em quais dos caminhos trilhados ficou, eu, perdido?
ou talvez eu não esteja irreconhecível,
apenas nunca me conheci,
pois sempre fui tão volátil,
mudei com tanta frequência,
que todas as vezes que parei para me observar
eu quase sempre era outro
por que o estranhamento agora?
Não, não é estranhamento!
deve ser o peso das experiências conquistadas,
das coisas vividas,
que me fizeram refletir e querer ter uma identidade,
uma figura física e estável de quem sou,
do que quero,
do que penso,
do que preciso,
e, nesse paradoxo, entre o ser e o querer
é que vivo,
e no fim,
eu sempre continuo sendo essa metamorfose ambulante,
essa pessoa com diversas crises existenciais,
vários questionamentos sobre si,
mas que tem uma alegria em viver
e que aproveita a vida sempre da melhor maneira possível.
Sim, esse sou eu,
a verdadeira personificação do paradoxo.