TEMPO MALUCO BELEZA
A loucura no tempo o vento levou
e na minha cabeça, ventilou.
O deserto afogado vira mar,
e o mar atropela carros, concreto e gente.
Humanos e animais robotizados é voga,
comunicativos de olhos atentos,
substituindo essa gente, que agora se sente,
mais bicho e menos gente.
A solidão no espaço foge do normal,
tráfego congestionado, passeio sideral,
braços no ombro do lixo de metal.
Na subida, tudo inspira sem a crença da fé,
na descida, olhos preciso na marcha de ré.
Sou a borboleta no conto do sábio chinês
que o poeta profetizou.
Sou o sábio chinês, asas quebradas da borboleta,
que Raul Seixas cantou