TEMPO MALUCO BELEZA

A loucura no tempo o vento levou

e na minha cabeça, ventilou.

O deserto afogado vira mar,

e o mar atropela carros, concreto e gente.

Humanos e animais robotizados é voga,

comunicativos de olhos atentos,

substituindo essa gente, que agora se sente,

mais bicho e menos gente.

A solidão no espaço foge do normal,

tráfego congestionado, passeio sideral,

braços no ombro do lixo de metal.

Na subida, tudo inspira sem a crença da fé,

na descida, olhos preciso na marcha de ré.

Sou a borboleta no conto do sábio chinês

que o poeta profetizou.

Sou o sábio chinês, asas quebradas da borboleta,

que Raul Seixas cantou

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 21/10/2024
Reeditado em 21/10/2024
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