Tu mandioca
Mandioca, doce ou amarga és saborosa.
Mandioca, és tu que nos sustenta.
Mandioca, és pão que nos alimenta,
do nordeste ao sul e em todos as regiões tu estais,
a enfrentar seca e frio, apta a superar todos os desafios.
Difícil imaginar um lugar deste Brasil, que tu não consegues germinar.
Em solos pobres, tu, mandioca, ainda produzes.
Na seca, tu, mandioca, és alimento és alento.
Tuas raízes dão-nos força e energia, para usufruir o dia.
Porque és doce, és amarga, às vezes calma, às vezes irritada?
Desperta nos grandes temores quando tu, mandioca varia o teu humor.
O solo que tu, mandioca vives interfere no teu sabor,
torna forte tua amargura.
O teu veneno é mortal te protege e nos faz mal.
Qual a tua razão para ser contraditória?
Doce e saborosa, amarga e venenosa.
Sua amargura quer-nos envenenar!
Tu, mandioca carrega em teu ser o símbolo da morte.
Com odor de amêndoas amargas;
sutil, letal, mata por asfixia.
Tornou-se o gás da morte,
quando na grande guerra centenas de vidas exterminou.
Compreendes, tu mandioca amarga, tens nos trazido mazelas.
Deixaste-nos com vômitos, náuseas, dispneia e matas nossos animais.
Porque não sabemos eliminar o teu veneno.
Antes de tu, mandioca nossa fome saciar.
Com teu gosto amargo, tu nos avisaste,
que tua polpa necessita de preparo antes de ser consumida:
passar por fervura e aquecimento,
ou que tua casca, folha e caule fiquem exposta ao sol, para te secar.
Teu veneno evaporar para tornar-nos comestível.
Conhecer os teus mistérios é importante,
para quando a fome chegar, e tu estas a disposição para nos alimentar.
Já sabemos como retirar tua amargura e apreciar tua doçura.
Assim, mandioca como agora deciframos o teu mistério.
Será fonte de vida e não de destruição.
Matará a fome e não a população.