RÉDEAS NAS MÃOS
RÉDEAS NAS MÃOS
Depois de tanta tormenta,
De tanta fogueira pulada,
De tanto deserto vencido,
Vida vai ficando domada.
Depois de tanto não, ouvido,
De pensar que não conseguiria,
Quase acatando desistir,
Dei ouvidos a poesia.
Declamei quando podia
As belezas da natureza,
Festejei com o que escrevia,
Afagando onde doía.
Não mais aflige o que pode vir,
Maturidade bem mais robusta
Aponta direção a seguir
E paga o que a vida custa.
Hoje, que venha o que vier,
Que vida me cobre o que quiser
E que haja tempo para pagar,
Caniço dobra sem quebrar.
As rédeas estão nas minhas mãos,
Em vida chucra, aprendo a montar,
Em pássaro valente e livre,
Tirinhos não impedem voar.