É

Crua, nua

Inocente

Não ciente

Provocante

Vocacional?

A melhor das piores

A só entre nós

O som de água

Em córrego virgem

O simples trajeto

Do campesino

Em faina eterna

A música que não

Existe, existe

Que está no seio

Do universo

Aquela que só escutamos

Em nosso silêncio

Silente, sussurrante

Nostalgia

Sentimento de segurança fugaz

Sensação tão perfeita

Que só pode durar um átimo

Não mais que dois segundos

Olor, cor, som??

Acho que nenhuma alma

Sabe

Não sei se todos já sentiram

Algum dia

Ou se prestaram homenagens

Ao fim, ao termo

Sem mergulharem

Nas profundezas

Do unicamente

Sentir

Amanhã não existe

Hoje também não

O passado, o que já foi

Ou deixou de ser

Ou não pôde se consumar

Não compreendemos

Entendemos menos o passado

que o porvir

o que existe então??

Nada

Círculo confuso

Em um pêndulo

Que é movimentado

Por uma força inexistente?!

Que carrega em seus braços

Não sei se há braços

Carrega consigo

O sopro

Que se desfaz

Mesmo antes de existir

O instante da poesia

Qual momento nos

Perdemos nesse fado

Fatalismo

Ou única via

Onde nos encontramos

Todavia, se em toda

Essa imersão

No termo

No início

No interstício

Descobrirmos

Que não existimos

E somos apenas

A ilusão

A quimera

A fantasia

Daquilo que descobrimos ser

Quando simplesmente

Não éramos?!

manoel jairo
Enviado por manoel jairo em 18/10/2024
Código do texto: T8176225
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