271°
Sou um rebelde envelhecendo
Solitário cidadão sem lar
Pagando aluguel para dormir
Penando sobre a penumbra da vida
Eu sinto vontade de viver
E apesar de tanta força física
Não consigo me mover
Sair da inércia que prende
Do fígado que dilacera
Meu relógio anda quebrado
Faz tempo que não durmo oito horas
As olheiras vão se amostrando
Desenhando um rosto envelhecido
Carcomido pelo senhor tempo
Hoje me dei por vencido
Meu silencio ecoa
Sou um narciso emudecido
Derrotado pelo tempo
Perdi o horário da vida
Otreblig Solrac - O poeta burro