A POÇA

Ao andar pelas ruas

As poças de água refletem algo que não sei nomear.

Molhado de lágrimas, suor e chuva,

Há na poça um pouco de mim

Há nela um aperto do tamanho do meu peito

Que se esparrama quando os pneus dos carros, velozes, passam em fúria

a poça se desfaz num ataque fatal, nunca mais a mesma.

E eu?

Cada vez menor,

cada vez mais suor, mais lágrimas, mais chuva.

Menos poça.

Cada vez refletindo algo que foge de mim.

Cada vez menos eu.