Eu mesmo
eu vivo
a pressão sutil
e singela
dos extremos
me equilibro
na corda bamba
dos sentimentos a flor da pele
me jogo quando sei que vou cair
hesito quando vejo a calmaria
e desaprendi a acreditar
no mundo, nos outros, em mim
busco significados em símbolos só meus
repito as mesmas melodias
e as frases de impacto que decorei
sofro o tempo inteiro de uma ansiedade
muito melancólica e dramática
me puno por sentir demais
me machuco
achando que a dor
é onde meu corpo, mente, alma e coração
devem estar
permaneço preso a minha liberdade
onde acredito piamente
que só
eu consigo
mas nessas andanças
que calejam meus pés
e enfraquecem meus ombros
eu ainda domino
as palavras
coloco-as em ordem
para dizer minimamente
aquilo que estou sentindo