Acerto

Tento mirar no acerto das palavras

Para ajudar a todos os perdidos,

E todavia, doravante, me perco;

É assim que se formam os iludidos?

A solidão, admito, me é costumeira.

Nunca tive ninguém que a alma sorriu,

O brilho dos olhos contou comigo,

Ou me deixar saudade que partiu...

Devemos nesse bosque aventurar?

Ir pela seiva de espinhos e cacos

De lâminas, e às vezes as flores

Sangrar para frutificar afagos?

Ou como espelhos refletir o nada

Além de individualismo contido,

Que nada revela a não ser o medo,

O medo em amar o incerto vazio...

Respiro nesse instante uma tristeza,

Uma comum: parte da coleção

De ossos, que no fim eu me encontro

Ruído, esquecido, frio na depressão.

Eu não queria ser assim tão sensível,

Tão vago, tão pensativo e tão triste;

Um pedaço de história mal contada,

Poesia romântica que mal existe.

A minha resposta a tudo? Lá vai:

Comemoração do instante perene,

Porque tudo vai embora como vento...

Gosto de apreciar todo o frenesi.

A nostalgia é a chave do mistério,

Enquanto memórias abrem gavetas,

Guardamos com carinho a grafia

Das águas de imagens agora secas...

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 06/10/2024
Código do texto: T8167444
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