Nem toda lagarta se torna borboleta
Nem toda lagarta se torna borboleta,
Nem todo casulo provê transformação,
É preciso uma busca de si e do mundo,
Compreensão do som e paisagem ao redor,
Sofisticação do olhar, sentido e intuição,
Estar com a alma aberta à revolução,
Ao movimento interno que revolve,
Opiniões, paradigmas, fundamentos,
Ao movimento interno que desenvolve,
Consciência, criticidade, evolução,
Acompanha senso estético artístico,
Filosofia apreendida com cognição,
Reflexão que faz o pensar pulsar,
Sobre si, sobre o mundo, sobre tudo,
É nesse revolver intenso do avesso,
Que a lagarta faz a metamorfose,
Que suas asas se libertam poderosas,
Que a borboleta emerge ressignificada,
Que suas cores invadem o monocromático,
Outras saem do casulo e seguem lagartas,
Seguem aprisionadas em conceitos,
Seguem cegas em sensibilidade,
Seguem surdas em consciências,
Não veem o todo, só a parte,
Não sobem a montanha,
Ficam presas no bosque,
Se mantém na obscuridade,
Seguem se arrastando pelas vias,
Sem competência para voar,
Sem entendimento da liberdade,
Nem toda lagarta se torna borboleta...