Um anjo

Dentro dessa carne disforme e imperfeita

Condenado em entranhas de sangue e dor

Vislumbrando a morte, padecendo a falta de amor

Vibra e reluz um ser maior, e puro, que rejeita

 

O contrassenso que vive em sintonia

Agora destrambelhado surta em desarranjo

Mais tarde grita paz e harmonia

E imperfeito, vê no espelho a face de um anjo

 

Padecendo misérias pelo tanto que busca

Aquela realidade ignóbil e vil, o pecado

Rejeitando o bem pelo mal que ofusca

Todo potencial divino que em si é sufocado

 

Enaltecido, enfim é, na final batalha

Onde o ego se desdobrou e se partiu

Talvez temesse o valor que a tudo espalha

Do amor o calor que nunca sentiu

Josemar Fonseca
Enviado por Josemar Fonseca em 02/10/2024
Código do texto: T8165044
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