Um anjo
Dentro dessa carne disforme e imperfeita
Condenado em entranhas de sangue e dor
Vislumbrando a morte, padecendo a falta de amor
Vibra e reluz um ser maior, e puro, que rejeita
O contrassenso que vive em sintonia
Agora destrambelhado surta em desarranjo
Mais tarde grita paz e harmonia
E imperfeito, vê no espelho a face de um anjo
Padecendo misérias pelo tanto que busca
Aquela realidade ignóbil e vil, o pecado
Rejeitando o bem pelo mal que ofusca
Todo potencial divino que em si é sufocado
Enaltecido, enfim é, na final batalha
Onde o ego se desdobrou e se partiu
Talvez temesse o valor que a tudo espalha
Do amor o calor que nunca sentiu