A BENGALA

Quando virgem chega a ser

brilhante como a lua,

Quando desvirginada por

causa da companhia sua

Ela sempre continua

Se pondo a frente a te

defender

Ela nem quer saber

Vai desfilando pela rua

Com uma aparência quase

nua...

E o desejo de te proteger

Antes mesmo de se falar

em inclusão

Ela sempre se colocou a

disposição

Do homem e da mulher

que não vê

Quando tem uma barreira

Ela não quer nem saber

De se lançar de primeira

Só pra te defender

Diante de um lamaçal

Ou solo baldio

Tenha certeza que ela vai te

avisar

Ao se jogar no chão bem

sutil

Vai te dizer para desviar

Se ela se lançar no vácuo

Acredite ser um grande

inimigo

Certamente estas diante de

um imenso buraco

Que ela já te preveniu do

perigo

Sem se preocupar com o

reconhecimento

Para apoiar o ir e vir de

quem não vê

É a primeira que se escala

De manhã, de tarde,

de noite, em qualquer

momento.

Mostra poste, buraco, ou o

que estiver em movimento.

No tinir estridente ela não

se cala

Em meio aos obstáculos

que ela resvala,

Tudo que percebe ela fala

Grande companheira dos

cegos e cegas senhora

bengala...

Juvi Passos
Enviado por Juvi Passos em 24/09/2024
Código do texto: T8158668
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