A BENGALA
Quando virgem chega a ser
brilhante como a lua,
Quando desvirginada por
causa da companhia sua
Ela sempre continua
Se pondo a frente a te
defender
Ela nem quer saber
Vai desfilando pela rua
Com uma aparência quase
nua...
E o desejo de te proteger
Antes mesmo de se falar
em inclusão
Ela sempre se colocou a
disposição
Do homem e da mulher
que não vê
Quando tem uma barreira
Ela não quer nem saber
De se lançar de primeira
Só pra te defender
Diante de um lamaçal
Ou solo baldio
Tenha certeza que ela vai te
avisar
Ao se jogar no chão bem
sutil
Vai te dizer para desviar
Se ela se lançar no vácuo
Acredite ser um grande
inimigo
Certamente estas diante de
um imenso buraco
Que ela já te preveniu do
perigo
Sem se preocupar com o
reconhecimento
Para apoiar o ir e vir de
quem não vê
É a primeira que se escala
De manhã, de tarde,
de noite, em qualquer
momento.
Mostra poste, buraco, ou o
que estiver em movimento.
No tinir estridente ela não
se cala
Em meio aos obstáculos
que ela resvala,
Tudo que percebe ela fala
Grande companheira dos
cegos e cegas senhora
bengala...