Versos sem sentido
Sonhava eu ser um poeta completo
Rico no palavrear de todo dialeto
Acontece que, nesse desvario
Louco eu sei, não choro não rio
Vou tentando, e isto a todo instante
Mergulhado nessa mesquinhez irritante
Em decepcionar toda essa gente
Que vem sempre toda contente
Ler estes meus versos sem sentido
Não tem rima, nem é polido
Insignificantes, toda obra, apenas um grito
Deste espírito triste, e de todo aflito
Não sabe se é da noite ou do dia
Nem decide se esquenta ou se esfria
Além do mais, muito rabugento
Ai meu Deus, eu mal me aguento
Viver nesta triste monotonia
Ora destemperada e sempre sombria