VOO QUASE CERTEIRO

Caminhei de um canto

para o outro da janela.

O vento soprava

forte e frio.

Lá embaixo avistava

o vão da calçada,

o sabor

do vermelho rutilante

a escorrer pela boca

e o silêncio abissal.

A lua com a sua vívida

claridade bailava

sobre o mar,

era a grade novidade.

Em voo, precipitei-me

do décimo sétimo andar

e de degrau em degrau

fui rapidamente descendo.

Segurei suavemente

em suas mãos

e passeamos pela calçada

à beira-mar.

A lua

com seus potentes

watts nos guiava

pela cidade.

Amar

é esse lançar-se

ao abismo.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 21/09/2024
Reeditado em 21/09/2024
Código do texto: T8156536
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