466 - CLAMOR AO SILÊNCIO
Clamor ao Silêncio
Há tempos, meu peito, em dor silente,
Desconhecia o doce dom de amar,
Perdi-me em esperanças já ausentes,
Tentando em vãs lembranças me ancorar.
Eis que o fogo, inesperado, ascende,
Sem hora, nem razão, mas sem cessar.
Seria amor? Ou a paixão que prende?
Ou ternura, a me envolver no ar?
Quanta falta me faz ser envolvida,
Nos braços da amizade e compreensão,
Companheirismo, o sustento da vida,
Que preenche a alma e aquece o coração.
Na ausência, sonho, vivo a fantasia,
De um paraíso que a vida me prometia.
Neide Rodrigues, 14/12/1991
Publicada em 15 de setembro de 2024