Cada um sabe de si?
Cada um sabe de si
Nos meandros do poder
Respeitar a quem for
Sugerir sem ferir
Navegar como Lincoln
Que, na guerra e na paz
Soube dar mão e ouvir
Coração sabe o que faz
Como Mandela, firme e sutil
Resistiu sem envenenar
Convencia até o mais frio
Tocava, sem sufocar
Se olharmos para Kennedy
Vemos o brilho da esperança
Cada palavra uma dança
Que convidava sem temer
Nada de torpe aspereza
Nem toxina em meio à beleza
Cada voto é conquista leve
Feita no carinho que se merece
Como Obama, que fez da voz
Um instrumento de união
Sem empurrar, mas erguendo
Quem na dúvida perdia chão
Não afastar quem ouve, inspira
Fala com clareza, sem ferida
Política é uma ponte construída
Não por força, por alma envolvida
Conquistar é, pois, arte serena
Feita de gestos e de plena
Certeza de que o mundo
Se molda ao toque gentil
Decimar da Silveira Biagini
Poema metafísico
5 de setembro de 2024