Último suspiro
Nossa selva, onde o verde se perde
Desenrola o último mistério
Mas sob a névoa, um ser em dor se ergue
De um sonho obscuro, o impulso é império
O homem de mil rostos é um lobo disfarçado
Com palavras suaves e promessas de tecnologia
Mete seus tentáculos num solo sagrado
E a floresta chora, enquanto o futuro se acaba
Lítio e níquel, tesouros escondidos
Prometem poder, riqueza e domínio
Mas sob o brilho, veem-se sonhos perdidos
E o coração da Amazônia em seu exílio
A cobiça faz sua dança, desenha planos
Com um total traços de ambição
Com olhos de ganância e desejos insanas
Devora-se o verde que ensombra o chão
Que as lágrimas das árvores, berrem
Que os rios gritem e façam-se ouvir
Que o grito da terra não se deixe calar
Que a resistência não se deixe extinguir
Pois o que se apodera da alma do planeta
Não será só esmeralda, nem lítio ou níquel
Mas a vida pulsante e repleta
Para eu não poder viver o fim do mundo