Último suspiro

Nossa selva, onde o verde se perde

Desenrola o último mistério

Mas sob a névoa, um ser em dor se ergue

De um sonho obscuro, o impulso é império

O homem de mil rostos é um lobo disfarçado

Com palavras suaves e promessas de tecnologia

Mete seus tentáculos num solo sagrado

E a floresta chora, enquanto o futuro se acaba

Lítio e níquel, tesouros escondidos

Prometem poder, riqueza e domínio

Mas sob o brilho, veem-se sonhos perdidos

E o coração da Amazônia em seu exílio

A cobiça faz sua dança, desenha planos

Com um total traços de ambição

Com olhos de ganância e desejos insanas

Devora-se o verde que ensombra o chão

Que as lágrimas das árvores, berrem

Que os rios gritem e façam-se ouvir

Que o grito da terra não se deixe calar

Que a resistência não se deixe extinguir

Pois o que se apodera da alma do planeta

Não será só esmeralda, nem lítio ou níquel

Mas a vida pulsante e repleta

Para eu não poder viver o fim do mundo

Anna Gonçalves
Enviado por Anna Gonçalves em 05/09/2024
Reeditado em 13/09/2024
Código do texto: T8144975
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