Só Acredito Vendo
Eu só acredito vendo
Disse a voz em sua razão
A lógica sempre seguindo
Sem espaço para ilusão
Mas ao ver, algo se rompe
A crença vacila, treme
O que os olhos me mostram
O coração já não teme
Vendo, eu não acredito
A imagem não me convence
O real se desdobra em dúvidas
O certo se torna ausente
O que é ver, afinal
Se a verdade é um labirinto?
Os sentidos nos enganam
O que penso, eu não sinto.
Eu só acredito vendo
Mas o que vejo me mente
O mundo se revela incerto
E a crença se faz ausente.
Vendo, eu não acredito
Pois o ver se tornou vão
O que é real se esconde
Dentro de cada ilusão
No fim, o que é a verdade
Se não o que escolho crer?
Entre o ver e o acreditar
Um abismo a se percorrer