EXPECTATIVAS À DERIVA
Em movimento, silêncio, me encontro a vagar...
Quem sou eu neste oceano a me afastar?
Sonhos me movem, mas a realidade flutua,
Marcante e fluida, como maré que insinua.
Gosto da paz que na alma se instala,
Na observação constante, onde o mundo se cala.
Às vezes sou fogo que queima no frio,
Às vezes sou gelo em pleno estio.
Às vezes sou brisa, tão morna e calma,
Imersa em reflexões que aquietam a alma.
Às vezes sou tudo, um universo a expandir,
Às vezes sou nada, um vazio a me consumir.
Às vezes sou refúgio, abrigo e proteção,
Às vezes sou sombra, perdida em razão.
Quero fugir desta realidade cruel!
Mas a razão me prende, como grade de ferro ou véu.
O que é liberdade? Pergunto ao vento,
Estamos presos em padrões, num cárcere lento.
Quero ser livre, realmente voar,
Mas neste mundo, é possível sonhar?