Inversão de Papéis
E o corpo, um velho templo do ontem
Aos poucos cede lugar ao cansaço da existência
Os filhos, em sua infância
Foram órfãos de suas próprias esperanças
Mas o destino, em sua ironia cruel
Redefine as regras do jogo
De repente, o altar dos deveres se invertem
Os pais se tornam crianças, sendo guiados pelos filhos
Que agora desempenham papéis de tutores e guardiões
O velho pai, que antes erguia o fardo das responsabilidades
Agora procura apoio na mão forte do filho
E a mãe, que em dias de outrora foi o refúgio
Agora anseia pela ternura dos braços que cresceram
O olhar paterno, agora é o olhar de uma criança
Que não compreende a vastidão do mundo
Como antes compreendia
As perguntas se tornam murmúrios
E os conselhos, ecos de um tempo distante
Os filhos, com sua própria carga
Carregam o peso de um novo papel
Como ser o farol para aqueles que outrora foram guias?
Como reverter a inversão dos papéis
Sem sucumbir à pesada atimia do destino?