TEMPO REI

Era uma vez um tempo

que cheirava a talco de bebê.

E nas travessuras ingénuas de criança,

quis também o cheiro de terra molhada,

correr entre carneiros nas manhãs de Setembro.

Eis que o tempo foi crescendo

ávido com os olhos nas asas do futuro.

Agora com o perfume dos porquês da juventude,

sem ainda entender o fim das horas no querer,

e o ar que era puro bate de cara com o muro,

farol de alertas nos semáforos da vida.

O tempo, ele que nunca envelhece,

vestiu-me numa pele de perfumes confusos.

E nos voos pelas desigualdades do mundo,

cata-vento da estrada sem estações infinitas,

corpo penas adultas num coração de menino.

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 27/08/2024
Reeditado em 27/08/2024
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