AaUuSsCcHhWwIiTtZz (“Final do Túnel”)

O trem do meio dia apita e cospe a fumaça… é apenas um veículo, trafegando

traficando.

27 de janeiro de 1945

Quem se importa? Brada o martelo da ignorância nos tribunais.

Paristes um monstro e deves suportar os seus gemidos.

Trafegue por esse passeio e sentirás os urros de dores sangrentas

despedidas, adeuses, quem sabe se

algum dia a vida se tornará bella?

Aff! De César a Caifás, a história nos cospe na face

a culpa de nossa ausência. Onde estávamos, ó mundo

quando a lista fora pregada nos muros e dissemos:

Sim, somos arianos. Raça pura!!! Quanta aberração,

apelação… lá no fundo tem uma luzinha. Do trem?

Ora pois! Das almas esculpidas nos fornos do nosso

preconceito

sem jeito

sujeito.

Tenhas vergonha ó gajo, nuncas vestistes um pijama

Listrado?

Megalomania… governos, chefes, estados; todos assassinaram

mas na hora de prestarem contas,

ninguém apareceu e alguém condenou

o carrasco, mero cadáver de urubus ausentes

poeira

sem beira

só a carniça fétida que abala o nosso olfato

deprimente, covarde e atônito.

E a fila dos dementes ainda prospera…

quiçá não sou um destes.

Gostaríamos é claro, de virarmos o dorso

e atestarmos.

Não tem portas para além de um piso úmido

que não nos leva ao nada,

para o hoje, porque o ontem…

passos ao vento caindo num fosso

oco

fornos, movidos a lenha e ódio.

Ah!!!

Registra-se: como é? Isso mesmo cabra

a peste da miséria oculta ficou tudo

registrado… para não obter provas

contrárias.

E hoje degustamos do resultado desgraçado

da morte pálida que exequiu um povo… sim

sem raça.

Eram pobres, mendigos, homossexuais, ladrões…

judia

quem importa. Tudo pelo bem comum.

Olgas, Marias, Silvestres, Max Kolbe.

A conta se arrasta num fio de papel que nossa

demagogia teima em dizer que é magia,

coisas de tragédias

e que a Grécia jamais existiu.

Insuficientemente insuficiente ciente, tudo no acordo

honraria para alguns, mérito para uns

mas ao final, o herói da hipocrisia tática

brotou na porta e abriu-se

janelas de prosperidade.

Salve tio San-to. Bruxaria, sem vergonhice na mais

alta cúpula do Podemos.

Megeras pintadas de feitiço… por dentro ossos alheios, por

fora… belo corredor límpido com figuras nas paredes.

Olha, veja a fila, a filha que marchou até o zumbido

da foice ceifando o riso.

Prostituta! Não senhor, meu pastor… profissional do sexo;

mendigo… alto lá: desempregado. Camelô. Sobrevivente.

Palhaço… artista. Diabo… perdoe-nos: Lúcifer.

Anjos, demônios,

carmas, encarnações

sanções… todas marcham pela lajota, cujo piso

é surreal.

Bucéfalos… pois o pior dos dizeres é……………….

F O M E

Desgraça… porque o que tu desperdiças

falta na mesa daqueles que vivem nesse corredor

do sub-mundo infectado pelas dores

dos ricos-lazarentos. Lázaros!

Xiiiiiiiiii!!!!!!!

Admitamos cidadãos, quem te incutiu na cuca

essa história foi um déspota dos impérios… Romano,

Americano, Celta, Greco, Chinês.

Basta. Vamos para o muro das lamentações?

Derrame suas lágrimas, melhor, se vergonha

tivermos… não sujaremos a toalha do desfecho

do despejo, do despacho

empacho da lua nova, que já nasceu velha.

Carcamano filho de um coite…

Isso nos lembra alguém ou algumas decisões?

Cercas

muros

tratados

só mediocridade. E o corredor vazio atenua

a sorte de muitos e a insurreição de tão poucos.

Ordem sem nenhum progresso.

Estrelas semeadas ao vento de um

tempo gélido, desnorteado.

Favela, Barbacena, cenas de um holocausto

Venezuela, Haiti…

Caracas meu… tudo isso será culpa dos ismos?

Filhaputismos?

Continue… vamos, debulha seu rosário de mil contas

ou rasgue teu livro sagrado, mas

aceite a cruz que pregaste nas costas

alheias e agora titubeias feito um verme,

germe de um sistema corrompido

pela putaria da moral imoral.

Cretino. Passas os teus olhos e vejam

teus semelhantes jogados às traças.

E se filhos nossos, fossem. Mulheres

arrebatadas pelo pulsar de uma máquina

de costura, as escuras, com medo da justiça

que não trabalha, apenas faz direito.

Olhe bem para o final do túnel e veja se

tua lâmpada ainda fumega

porque hoje são eles, elas e tantos outros;

amanhã meu chapa, seremos nós a pendengar

por estradas e asfaltos, perdidos sem mundo

decapitados pela presença assídua de

po-li-ti-encaixe… Mete o dedo na ferida do

outro e esqueça que tu és borra do mesmo

café requentado que o mundo nos cospe

cotidianamente na cara.

Filho de um sangue-suga

Borra-botas de um pôr do sol

que não brilha mais. Nascer? Matas verdejantes?

Esqueças. O fogo nos devora.

Rufem os tambores pessoal e vamos

pegar o trem no túnel… não!

Filemos o corredor, cuja morte é a vida.

Suada, surrada por muitos e sonhada por

poucos.

Olhe para a cancela que o trem vai passar.

Sem destino para retornar.

Boa viagem dementes-crentes-apocalíptico.

Salvação? Veremos.

Eugênio Costa Mimoso.

16.08.24

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 27/08/2024
Código do texto: T8138018
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