Acostumar

Pode ser da vida acostumar

Acostumar

À custo mar

Ao mar não existe custo

O custo é viver longe da estação das ondas e de si

E assistir a costa desaparecer enquanto a rotina engole os dias

Preciso construir uma ilha

Ser resgatado por nuvens ou naves

Preciso inventar uma nova linguagem e voltar a só ser

A calmaria ou a calmarítima do ritmo da pluralidade

Que é muito mais singular e lógico

Que à custo mar

Às vezes expressar-se

É como segurar um rojão

Mas sem soltá-los

E sem a beleza e iluminação do espetáculo

Eles explodem aqui mesmo, nas minhas mãos

Do lado de dentro, onde as portas se fecham

Em um estampido tímido e arredio

Mas formam fios dourados

Que entregam muito mais ouro

Que os sete sóis e supernovas

A intensidade condiz com a combustão dos meus sentidos

Photosfera
Enviado por Photosfera em 26/08/2024
Código do texto: T8137725
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