RAIOS MATINAIS

Esse poema saiu do forno,

saiu do sol, da luz e do amanhecer….

RAIOS MATINAIS

(Rosalvo Abreu)

Mais um novo dia

e amanhecia esplêndido

o amarelo da mimo-de-vênus

junto ao muro do jardim,

dourava-se

nas primeiras horas

daquela manhã.

O vento soprava suave

lambendo a pele,

as penas e as folhas,

trazendo a suavidade

da existência.

O casal de fogo-apagou

brincava sobre o muro,

bicavam-se

amorosamente,

abriam suas asas,

futucavam suas penas

e curavam-se

sob o despertar

de um novo instante

no velho mundo.

Havia um ritual costumeiro

das coisas e dos seres,

sincronia universal,

naquele despertar natural.

Mas, o resto do dia

nos aguardava

com seus idiossincrásicos

desesperos.

O sol sorria leve

e serenamente

nos primeiros raios

do amanhecer.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 26/08/2024
Reeditado em 26/08/2024
Código do texto: T8137422
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